#114: Profissionais que fazem a diferença na logística

Quando se fala em logística, a imagem que vem à mente costuma ser a de caminhões, depósitos e prateleiras abarrotadas de caixas. No entanto, quem realmente movimenta essa engrenagem invisível são pessoas que, cada um à sua maneira, fazem a diferença em toda a cadeia. Hoje, um bom profissional de logística não é apenas alguém que entende rotas, estoques e transportes, mas é aquele que enxerga o todo, desde as relações com fornecedores até o impacto da última milha no cliente final. Bora conhecer um pouco mais sobre eles?

🔎 Perfil que vai além da operação

Imagine uma pizzaria: de nada adianta o pizzaiolo ser excelente se a entrega chega fria ou atrasada. Agora pense em quem faz o meio de campo: confere se a pizza está pronta, calcula o melhor trajeto, garante que o entregador tenha as informações corretas. Esse é o papel do profissional de logística. E para que isso funcione bem, certas características se tornam indispensáveis:

  • Visão sistêmica: saber que cada etapa influencia a próxima.
  • Agilidade na tomada de decisão: porque problemas raramente avisam antes de acontecer.
  • Comunicação clara: uma entrega errada pode começar com uma simples falha de informação.
  • Abertura para tecnologia: ferramentas como WMS (Warehouse Management Systems) e TMS (Transportation Management Systems) não são mais “extras”, são parte do básico.
  • Resiliência emocional: afinal, lidar com prazos apertados, mudanças inesperadas e alta pressão faz parte da rotina.

🔢 A mudança no perfil profissional

Uma pesquisa da DHL divulgada em 2023 apontou que 78% das empresas globais procuram, para suas áreas de logística, profissionais que saibam interpretar dados e automatizar processos simples. O “logístico raiz” (aquele que resolve tudo no papel e na intuição) vem dando lugar ao “logístico analítico”, que usa números para guiar suas decisões. Outro levantamento, dessa vez feito pela Gartner, indicou que 56% das empresas que mais cresceram no e-commerce tinham líderes de logística com formação híbrida, ou seja, tanto em gestão quanto em tecnologia.

Dentro desse universo, diferentes perfis brilham em áreas específicas:

  • O estrategista: trabalha nos bastidores planejando rotas, analisando custos e prevendo riscos.
  • O operador ágil: faz acontecer no dia a dia, lidando com a pressão das entregas e a movimentação de estoques.
  • O comunicador: atua como ponte entre vendas, clientes, transportadores e armazéns, garantindo que todos saibam exatamente o que fazer.
  • O inovador: testa novas tecnologias, automatiza processos e propõe melhorias.

Nenhum desses perfis é melhor que o outro. A verdadeira força da logística moderna vem da combinação de diferentes talentos, trabalhando de maneira coordenada. No passado, lá pelos anos 80, o setor logístico no Brasil era visto quase como um “mal necessário”. Armazéns improvisados, falta de controle de estoques e entregas que demoravam semanas eram situações normais. Hoje, com o crescimento do e-commerce e a exigência por prazos cada vez menores, a logística se tornou um diferencial competitivo. E isso só foi possível graças à evolução dos profissionais que fazem a mágica acontecer.

🧩 E quem são esses profissionais?

Começando pelos auxiliares/assistentes/analistas de logística: esses profissionais são os “cérebro e as mãos” do dia a dia logístico. São eles quem planejam, calculam prazos, revisam processos e criam indicadores de desempenho, além de executar algumas atividades operacionais, como separação de pedidos, conferência de mercadorias e organização de cargas.

Se o analista de logística planeja, o analista de monitoramento garante que o plano seja cumprido na prática. Monitorar a frota em tempo real, reagir a atrasos e buscar alternativas em caso de imprevistos é a rotina desses profissionais.

E não poderíamos falar de logística sem eles: os operadores de empilhadeira. Esses profissionais são os “pilotos” da logística e, sem eles, movimentar grandes volumes de mercadoria seria um caos. Conduzir uma empilhadeira exige não só habilidade técnica, mas também responsabilidade, pois um movimento errado pode causar danos graves, tanto em mercadorias quanto em estruturas.

Dentro do armazém, o líder de expedição é o responsável por garantir que tudo saia do armazém na hora certa, na quantidade certa e para o destino certo. Ele organiza equipes, define prioridades e resolve problemas na operação de saída de mercadorias. Já os estoquistas organizam as mercadorias nos armazéns, garantindo que tudo esteja no lugar certo para ser encontrado rapidamente. Em conjunto com eles, os conferentes, por sua vez, validam se a quantidade e a qualidade dos produtos recebidos ou enviados estão corretas.

Por último, mas não menos importantes, os motoristas e ajudantes de entrega são os que fazem a ponte entre as empresas e os clientes. Não adianta ter um estoque perfeito e um planejamento impecável se a entrega atrasa, se o produto chega danificado ou se o atendimento na porta do cliente é ruim. Ser motorista ou ajudante de entrega hoje exige mais do que dirigir bem: é preciso representar a empresa, resolver imprevistos no caminho e ter jogo de cintura para lidar com situações de trânsito e clientes exigentes, além de ter bom conhecimento sobre tecnologia, já que cada vez mais as empresas estão adotando comprovações de entregas digitais, o que agiliza a comunicação entre as diferentes áreas, melhora o registro de atendimento e garante que todo o processo foi realizado da forma correta.

📢 E o futuro?

Olhar para frente é inevitável Especialistas em cadeias de suprimentos apontam que até 2030, a demanda por profissionais com conhecimentos em inteligência artificial na logística crescerá 40%. Isso não significa que todos precisarão ser programadores, mas sim que saber lidar com sistemas inteligentes e interpretar suas sugestões será um enorme diferencial.

E aí surge uma pergunta que vale a reflexão: se a logística do futuro já bate à nossa porta, estamos formando os profissionais certos para recebê-la? A resposta talvez esteja nas pequenas mudanças que vemos no dia a dia: em centros de distribuição, softwares que organizam a separação de pedidos, em transportadoras, aplicativos que avisam o cliente sobre o status da entrega em tempo real; no varejo, análises de vendas que antecipam o estoque necessário para não perder vendas por falta de produto. E você, como está se preparando para tudo isso?

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